“Quando o diálogo fracassa, a indiferença e a violência o substituem”

Olá amigos!
Trago uma entrevista que realizei com o padre Bizon, mestre em Ecumenismo e que trabalha há muitos anos como assessor da CNBB!

Vamos ser Igreja! Lutar pelo sonho que Jesus carregou na cruz, o da UNIDADE: "Pai, que TODOS sejam UM!" Ser radical na fé não significa fechar-se para o diálogo numa espécie de fanatismo estéril! O cristianismo é a fé que gera AMOR e não ódio entre irmãos! A Igreja quer que sejamos PONTES ao invés de MUROS que causam divisão! Católicos e evangélicos, não só podem como devem dialogar para não frustrar o sonho de Cristo! Sejamos UM!

Você, católico, ou evangélico, está disposto a morrer por esse sonho? Morrer pra aprovação de alguns amigos de dentro da sua igreja que preferem o radicalismo dos fariseus ao sonho de unidade de Jesus? Teremos coragem de lutar pela unidade e contrariar algumas gravadoras, produtoras e coordenadores que estão fora da visão de Deus? Renunciaremos a aprovação de todos, para termos a aprovação de Cristo?

O meu sonho é ver uma Igreja viva e Jovem e que seja mais parecida com a Igreja Primitiva! Como nos sugere o padre Adriano Sella, em seu livro, "Por uma Igreja do Reino" precisamos de novas práticas para reconduzir o cristianismo ao essencial:

- Menos práticas de piedade e mais escolhas de vida;
- Menos livros religiosos, mais bíblia;
- Menos tarifas eclesiásticas, mais transparência;
- Menos correria mais presença;
- Menos sacerdotes funcionários da liturgia, mais presbíteros apaixonados pro Deus;
- Menos condenações, mais convivência;
- Menos doutrinação, mais discipulado;
- Menos aliança com os poderes, mais opção pelos pobres;
- Menos pedidos de graças, mais ações de graças;
- Menos certezas, mais profecia;
- Menos moralismo, mais humanidade;
- Menos conformismo, mais evangelho;
- Menos funtamentalismo, mais diálogo ecumênico e inter-religioso!

VAMOS SER IGREJA! VIVER O QUE CRISTO NOS ENSINOU!

Deixem seus comentários no final da postagem! #TamoJunto

Entrevista com padre Bizon

Diego Fernandes- Como fazer as pessoas entenderem que o diálogo inter-religioso não só é possível mas também é necessário?

padre Bizon-
Para conversar com outra religião a gente tem que ir num gesto de humildade e de abertura. Ir no intuito de conhecer como que de fato o outro vive a sua fé na sua tradição religiosa. À medida que você começa o diálogo de conhecer a outra tradição religiosa você automaticamente permite que o outro conheça a sua religião, o seu credo. É um desafio, verdade, hoje, mas é um desafio necessário. E eu digo que quem se envolve com o ecumenismo e o diálogo inter-religioso se apaixona e depois não tem mais volta. O Papa Bento XVI em dois discursos recentes ele nos disse que o ecumenismo é irreversível! O diálogo inter-religioso é irreversível e necessário!

Diego Fernandes- Para que o diálogo inter-religioso aconteça é preciso que as pessoas estejam seguras da sua fé. O que ocorre com freqüência é que muitos têm medo de conversar com pessoas de outra religião e em alguns casos é mais do que medo, é desrespeito pelo outro. O que falar sobre isso?

padre Bizon-
O que acontece com algumas pessoas, pelo fato de não conhecerem profundamente ou ter um conhecimento relativo da sua tradição religiosa, do seu credo, não ter uma identidade definida, elas não querem dialogar com o outro; por insegurança, por medo, ou mesmo para não passar um “vexame”. Essas pessoas acabam entrando numa atitude contra ou se colocam indiferentes. São duas atitudes radicais que não ajudam no diálogo. Agora é importante que nessa proximidade e diálogo nós sejamos pontes para encurtar as distâncias do desconhecimento, da separação, e a Igreja desde o Vaticano II tem se esforçado para que de fato, se construam pontes para aproximar o diferente e dialogar com ele com serenidade e humildade; sempre numa atitude de acolhida àquele que é ou diferente ou semelhante a você. È assim que a gente constrói pontes que encurtam distâncias e acabam com os preconceitos.

Diego Fernandes – O Sr. é assessor da Comissão Episcopal pastoral para o Ecumenismo e Diálogo Inter-religioso da CNBB e essa comissão foi criada também para que o povo tenha acesso aos documentos que tratam desse tema e consiga entender a urgência do diálogo inter-religioso e do ecumenismo. Essa preocupação é tão presente que a comissão fez questão de colocar o decreto do Vaticano II sobre o ecumenismo numa linguagem popular. Essa preocupação existe! Ela tem dado certo?

padre Bizon-
Nós precisamos trabalhar em diferentes níveis. Um deles é a organização, a articulação das dioceses, dos regionais, criando comissões para o diálogo. Essas comissões podem ser comissões de católicos que estão aprofundando seus conhecimentos para dialogar com outras religiões. Com por exemplo, nós temos no Regional-Sul 1, uma comissão ecumênica onde promovemos encontros ecumênicos em Itaici e normalmente no mês de agosto.

Temos um outro nível que é o da formação que é o incentivar às pessoas. Para incentivar as pessoas nessa formação é necessário fornecer subsídios por isso esse texto em linguagem popular.

Diego Fernandes – Onde encontrar seus livros e esse texto em linguagem popular do decreto sobre o ecumenismo por ocasião do Concílio Vaticano II?

padre Bizon-
Esse texto sobre o ecumenismo em linguagem popular faz parte do Projeto “Queremos Ver Jesus” da CNBB, é o número 19, podemos encontrar nas livrarias, quem e dita e publica estes textos são as editoras Paulus e Paulinas. O meu livro Diálogo Inter-Religioso é uma coletânea de documentos pontifícios tanto a nível internacional, latino-americano, e nacional. Documentos e fragmentos que foram publicados desde o Vaticano II até os nossos dias sobre o diálogo inter-religioso. Este vocês podem encontrar nas editoras Paulinas ou numa outra editora. A gente tem se esforçado neste aspecto, resgatando o que há de bom e importante na área do ecumenismo e do diálogo- religioso.

Sobre o autor:

Pe. José Bizon é mestre em Ecumenismo pela Pontifícia Universidade Santo Tomás, de Roma; assessor da Comissão Episcopal para o Ecumenismo e o Diálogo Inter-religioso da CNBB; membro da equipe de coordenação do Movimento de Fraternidade de Igrejas Cristãs (Mofic) e da Comissão Nacional Anglicano-Católica Romana (Conac); coordenador da parte católica na Comissão Nacional de Diálogo Religioso Católico-Judaico (DCJ) e da Comissão para o Ecumenismo e o Diálogo Inter-religioso do Regional Sul I. É também responsável pelo Ecumenismo e Diálogo Inter-religioso na Arquidiocese de São Paulo; professor e coordenador do curso de pós-graduação lato sensu em Diálogo Inter-religioso e Ecumênico da Pontifícia Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção, em São Paulo (SP)

Post Scriptum: Entrevistei o padre José Bizon na ExpoCatólica em 2005 por ocasião do lançamento do seu livro. Na época eu trabalhava na equipe de produção do portal (www.cancaonova.com). Esta entrevista foi publicada anteriormente neste endereço: (http://www.cancaonova.com/portal/canais/especial/expocat2005/informativos.php?x=42)

2 Comments

  1. Will Carvalho Says:

    Incrível! Massa dmais! Eu apareci aqui, depois de muito tempo, pq estava inquieto com uma questão. Apaixonado pela minha namorada, que é evangélica, queria te deixar um recado pedindo ajuda: Como fazer um casamento entre católico e evangélico dar certo? Confesso que fiquei feliz! Torço por essa nova igreja (já estamos no caminho). Brigado por tudo, e vou precisar de mais ajuda ao longo do caminho... willlasanha@hotmail.com

    Will Carvalho
    Jornalista formado pela Universidade do Estado da Bahia.

     
  2. Anônimo Says:
    Este comentário foi removido pelo autor.