Alguns cristãos têm o estranho costume de mergulhar no lodaçal da soberba espiritual e ao invés de se converterem ao Evangelho, convertem o Evangelho para si mesmos. Lambuzando-se na mistura lama-e-lavagem, sorriem orgulhosos, como suínos em seu habitat natural. Amortecidos por sua petulância, não conseguem voltar à sua condição humana. Nesse ponto o que é humano, e espontâneo, e longe de seu mundinho enlameado, é considerado anormal e pecaminoso. Não querem apenas o direito de viver sua condição inumana. Querem ser mestres da lei. Sim, “mestres do lodo espiritual” que o avesso do seguimento da Lei de Deus. Criam uma regra de vida que se adapte aos seus interesses e modos de julgar. Estudam a Bíblia não para verem suas vidas transfiguradas pela Luz de Jesus. Entra ano, sai ano, e permanecem na decoreba de versículos que se transformam em flechas venenosas ao serem lançados no rosto do outro.
Na Bíblia dos “mestres do lodo espiritual”, tudo está fora do contexto. Discernimento, misericórdia, caridade, e prudência são palavras riscadas. Capítulos inteiros são excluídos para que possam exercer sua esquizofrenia autoritarista. Os “irmãos”, são medidos a partir de sua própria maneira de experimentar o mundo e a fé, e não segundo os ensinamentos de Jesus.
A régua, a medida, são suas convicções caolhas. Nunca o amor ou a misericórdia, virtudes próprias daqueles que se deixaram penetrar pela verdadeira metanóia (mudança de rumo, conversão). Qualquer demostração de espontaneidade na maneira de se relacionar com Deus pode ser considerada pecado e dos grandes, mortal, quem sabe. O “mestre do lodo” julga ser um profeta que recebeu em mãos, do próprio Deus, a verdade salvífica e o “Manual-do-comportamento-cristão-maduro-na-fé”.
Os “mestres do lodo espiritual” tentam arrogar a si mesmos o direito de definir maneiras de rezar e de se comportar. Esquecem de São Paulo: "Ali onde está o Espírito do Senhor, ali está a liberdade" (2Cor 3, 17). São algozes que em nome de uma regrinha inventada para favorecer seus caprichos narcisistas, escravizam os que lhe são confiados. Autoridade confundida com complexos e traumas, torna grandes líderes espirituais em ditadores vorazes! "Estupidez criminosa" este é o termo usado pelo filósofo Eric Voegelin quando as elites alemãs não quiseram enxergar o óbvio: os perigos do nazismo. Eles teimaram até o fim. Abusaram de seu direito à imbelicidade.
O termo "estupidez criminosa" se encaixa como uma luva nos “bispos” da igreja Universal que apresentaram o programa “Fala que eu te escuto” neste último sábado. Ao ligar a TV no canal da igreja, me deparo com o programa e o tema do dia: “O papa disse: O 2º casamento é uma praga! Você também pensa assim?”
Para os que se deixaram iludir, ou querem saber o que de fato, o Papa Bento XVI disse, sugiro a leitura do texto abaixo que está livre da canalhice presente na teologia-de-botequim dos seguidores da empresa-seita-emissora macediana.
Sobre o texto da exortação apostólica «Sacramentum Caritatis»
PATOS DE MINAS, sexta-feira, 16 de março de 2007 (ZENIT.org).- «Um cochilo, ou o cansaço do tradutor» --explica um bispo brasileiro-- levou-o a confundir uma palavra italiana com uma semelhante em português, ao traduzir o texto da Exortação Apostólica Pós-Sinodal «Sacramentum Caritatis», divulgada por Bento XVI esta semana.
A palavra portuguesa «praga» em italiano se diz: «peste». E «piaga» em italiano significa «chaga» em português, afirma Dom João Bosco Oliver de Faria, bispo de Patos de Minas (sudeste do país), em artigo enviado a Zenit esta sexta-feira.
Teve grande repercussão nos meios de comunicação no Brasil o termo «praga» que teria sido usado por Bento XVI em sua Exortação [cf. n. 29], referindo-se com ele ao divórcio e, de certa forma, magoando os corações daqueles que vivem um divórcio, explica o bispo.
«Todos os que constituem uma família, o fazem na esperança da construção de um sonho e projeto de vida com uma pessoa de sua atenta, criteriosa e dedicada escolha. Mas sabemos que cada pessoa é um mistério. Só o tempo e a convivência nos permitem um conhecimento verdadeiro e mais profundo daqueles que amamos», afirma Dom João Bosco de Faria.
«E, por mais criteriosa que tenha sido tal escolha, não são poucos os que, entre lágrimas de decepção e de dor, vêem cair por terra as esperanças de uma vida feliz no casamento. Em toda separação matrimonial, há um mais inocente que o outro. E toda e qualquer separação, ainda que, inicialmente eufórica por um dos parceiros no amor, ela carrega o amargor da decepção, da dor e da frustração», enfatiza.
Segundo o bispo, em seus 38 anos de sacerdócio, «todos eles sempre muito perto de tantos e tantos casais, testemunhei o cair de lágrimas amargas dos olhos daqueles que se viram compelidos a uma separação matrimonial. Sofre o casal, sofrem as famílias envolvidas, sofrem muito mais os filhos».
E Dom João Bosco recorda que Bento XVI, ao longo de toda sua vida de serviço à Igreja, soube se manter bem perto das pessoas, nas suas alegrias e nos seus sofrimentos.
«Suas palavras, nessa Exortação Apostólica, retratam com cores bem vivas o quanto o divórcio significa de sofrimento para o casal e para suas famílias», explica.
Segundo o bispo, ele usa a palavra «chaga», que significa «ferida aberta, cicatriz deixada por essa ferida», para evidenciar tanta dor.
Dom João Bosco de Faria apresenta o fragmento em questão, já corrigido por ele, da Exortação «Sacramentum Caritatis»:
“Por isso, é mais que justificada a atenção pastoral que o Sínodo reservou às dolorosas situações em que se encontram não poucos fiéis que, depois de ter celebrado o sacramento do Matrimônio, se divorciaram e contraíram novas núpcias. Trata-se dum problema pastoral espinhoso e complexo, uma verdadeira CHAGA do ambiente social contemporâneo que vai progressivamente corroendo os próprios ambientes católicos. Os pastores, por amor da verdade, são obrigados a discernir bem as diferentes situações, para ajudar espiritualmente e de modo adequado os fiéis implicados”.
«Cito o texto oficial em italiano, na frase específica: “Si tratta di un problema pastorale spinoso e complesso, uma vera PIAGA dell`odierno contesto sociale che intacca in missura crescente gli stessi ambienti cattolici”».
«O Papa tem muito carinho e afeto com todos aqueles que vivem em situação de divórcio e pede aos Bispos e Sacerdotes que “procurem ajudar de modo adequado os fiéis”», enfatiza o bispo.
Fonte: ZENIT.org
Foto: Do livro "NOME" de Arnaldo Antunes
20 março, 2007 10:31
Quando li na Internet a frase: "Papa diz que divórcio é uma praga social", achei forte e estranho, imediatamente pensei: ele jamais falaria algo assim, ai tem...e foi um prato cheio para aqueles que em vez de evangelizarem, e antes disso vivenciarem Cristo em suas vidas, se preocupam em saquear a igreja católica e derruba-la a todo custo, usando de meios impróprios para quem se diz seguidor de Cristo. E não adianta nem tentar explicar o que realmente sucedeu, pois estão mergulhados em sua verdade, criada de acordo com suas conveniencias.
Muito valido o que foi colocado aqui no seu Blog Diego, pois tem muito católico que vai na onda tb, acreditando no que falam por ai, e ultimamente como já diz o ditado popular "o Papa está sendo pego pra Cristo", tudo é motivo para falar de forma negativa dele e da Igreja, e tem gente na espreita só esperando a oportunidade.
20 março, 2007 13:50
Seu texto é forte "pra caramba"...vc é de uma lucidez fantástica, gosto muito do seu modo de escrever!! Fica com Deus...
21 março, 2007 07:59
A dita estupidez criminosa me assusta. Não raro encontro nas esquinas da vida filosofias de butequim que tentam distorcer a verdade sobre a doutrina da Igreja Católica. Esquecem que o conhecimento também é fonte de liberdade e se prendem a "achismos". A proposta é saber para depois falar. Quem anda falando pelos cantos e pelos templos sobre o catolicismo deveria ter na cabiceira um catecismo da Igreja...
abraços
20 abril, 2007 12:50
20/04/07 ander meu comentario resume-se em uma so palavra o papa apenas quiz dizer que os valores morais estao invertidos.