Olá amigo visitante! Você é muito bem vindo! Graças a Deus o blog tem recebido muitas visitas. Quero fazer uma postagem especial com o nome das cidades, agradecendo cada um pela atenção e por acompanhar meu ministério. Lembro que o contato para eventos é galatascincoum@gmail.com .
Vamos continuar nosso “Retiro sobre os 3 beijos”...hoje trechos da conferência: III. O BEIJO DA MÃO. Antes, de ler sugiro uma pequena oração de Thomas Merton que pode nos acordar para a realidade:
Oração de Thomas Merton
Senhor meu Deus,
não sei para onde vou.
Não vejo o caminho em frente,
nem sei ao certo onde ele findará.
Na verdade nem me conheço
e o fato de pensar
que estou a seguir a Tua vontade
não quer dizer que eu esteja a ser-lhe fiel.
Mas creio que o desejo de Te agradar
Te agrada realmente.
E espero manter este desejo
em tudo quanto fizer.
Espero jamais fazer qualquer coisa
alheia a esse desejo.
Sei que, se agir assim,
Tu me conduzirás pelo caminho certo,
embora eu nada possa saber sobre ele.
Por isso, sempre confiarei em Ti,
mesmo que me sinta perdido
ou às portas da morte,
nada recearei,
pois Tu estás sempre comigo
e nunca me deixarás sozinho.
III. O BEIJO DA MÃO
Este segundo beijo dado na mão de Deus e dado pela mão de Deus é o dom da santificação. Pelo primeiro beijo, humilhamo-nos aos pés de Cristo em compunção e fomos acolhidos de volta ao relacionamento filial com Ele. No segundo beijo, Sua divina mão nos levanta (erigere) a fim de estarmos em pé diante dele, “santos e justos na sua presença, todos os dias de nossa vida”, como cantamos no Benedictus. É-nos dada de volta a nossa beleza moral.
[...] Uma questão poderia ser colocada: com todo este trabalho requerido da nossa parte, porque chamar este processo de beijo divino? Esta é uma pergunta importante, porque manifesta uma compreensão inadequada do relacionamento entre graça e liberdade. A graça nunca é uma substituição da nossa liberdade. Deus não nos pede para sacrificar ou entregar a nossa liberdade, prometendo-nos em troca que nos tornaremos “bons”. O trabalho da graça é a progressiva capacitação da nossa liberdade. Quando Deus “beija nossa liberdade”, por assim dizer, e nós aceitamos este beijo de Deus em nossa liberdade (que, apesar de tudo, é a escolha básica da nossa liberdade: estar ou não aberta ao influxo de Deus), descobrimos que somos capazes de fazer o que queremos e devemos. Deus não o faz por nós – permanece sendo nosso dever fazê-lo. E, ao mesmo tempo, não o fazemos em isolamento – Deus não fica a uma distância para ver se vamos fazer certo ali, mas está dentro da nossa liberdade, oferecendo-se a ela constantemente, inspirando-a constantemente, iluminando-a constantemente, a fim de que possamos fazer o que realmente desejamos fazer.
[...] Por esta razão, Bernardo afirma que as duas dimensões deste segundo beijo são latitudo e fortitudo. Por um lado, Deus continuamente dilata (latitudo) o espaço de nossa liberdade. Cada vez mais, as nossas ações, palavras e mesmo os nossos pensamentos e imaginações não são jogados sobre nós, mas são serena e refletidamente tomados por nós. [...] Por outro lado, este beijo é uma fortitudo. [...] Eu atuo na minha liberdade, na medida em que sou capaz, e Deus confirma a escolha, lhe dá substância e durabilidade, impede-a de cair para trás sobre si mesma, capacita-me para que eu escolha corretamente numa próxima vez. [...] Para Bernardo, esta consciência do quanto Deus efetivamente promove / sustenta a nossa liberdade é muito importante. Sem isto, corremos um sério risco de falta de verdade espiritual. Lembra-se do duplo risco do primeiro beijo, de cair tanto em esperança excessiva quanto em temor excessivo? Aqui o risco é o de receber este segundo beijo sem dar-se conta de que ele foi dado. De certo modo, este perigo é um retrocesso ao período anterior à conversão, quando achávamos que a existência era toda feita pelo homem e desenvolvida por ele. Aqui, transposto em outra chave, o perigo é atribuir exclusivamente a nós mesmos a transformação da nossa liberdade. Isto, diz Bernardo, significaria que, ao invés de beijar a mão de Deus em gratidão (maior dentre todas as virtudes bernardianas), acabamos beijando a nossa própria mão, agradecendo só a nós mesmos por aquilo que a graça operou em nós.
NÃO PERCA O PRÓXIMO TRECHO DO RETIRO: IV. O BEIJO DA BOCA
Diego Fernandes